Brasileiro ama carro! Isso é incontestável! O Brasil está ranqueado como o quarto maior mercado automobilístico, perdendo apenas para a China, Estados Unidos e Japão e isso faz com que as empresas do ramo lucrem cada vez mais com a venda dos veículos.
A facilidade no acesso ao crédito é um caminho que estimula muito a troca de veículos e indo ao encontro do cliente, está o mercado automobilístico que precisa renovar constantemente seu estoque de carros para acompanhar as constantes inovações tecnológicas.
Outro fator é que a indústria de carros exerce grande influência sobre a balança comercial brasileira e o governo sempre se move no sentido de ajudá-la, facilitando o acesso ao crédito e criando incentivos para manter o mercado sempre aquecido.
Lembrando que a incidência de impostos, a partir da fabricação até a comercialização de carros, é um dos mais altos do mundo.
Mas ao raciocinar a partir da lógica da lei de oferta e demanda, conclui-se que os preços deveriam baixar com a redução da demanda, não é mesmo? No entanto, a resposta é não.
As análises realizadas em relação à fabricação e venda de veículos é feita com base no perfil histórico de consumo no setor, bem como no cenário econômico nacional e internacional, além de outras variáveis que determinam a produção de uma quantidade de veículos que atenderá à demanda interna e externa do mercado, com uma margem de segurança de produção de estoque.
Assim sendo, nenhuma fábrica irá produzir mais carros do que as estimativas do mercado apontaram.
Dentro deste cenário, é preciso considerar ainda que as fábricas têm um alto custo de produção em razão de que novas tecnologias estão sempre sendo implantadas, o que invariavelmente elevará o valor dos veículos ao consumidor final.
Além disso, a maioria dos clientes opta por financiamentos e isso eleva – e muito – o valor do veículo em decorrência da taxa de juros. E por que, a maioria dos clientes optam pelos carros novos, ao invés de um usado, com fabricação recente e que receberá uma desvalorização anual muito menor?
A resposta está em decorrência da possibilidade em escolher vários opcionais e poder personalizar o seu carro novo.
Além do mais, se o carro novo der problema, ele estará com a garantia da concessionária, o que causa um grande alívio no novo proprietário. Sem contar que o sistema financeiro (embora elevando o custo final do veículo) facilitada muito mais a compra de um carro novo do que um carro usado, sem contar que as promoções, com taxas menores, são quase sempre mais atraentes para carros novos.
Portanto, da conjugação destes fatores, percebe-se de um lado que a indústria automobilística não tem interesse na redução dos valores atribuídos aos carros; e de outro lado nem o governo está disposto a praticar redução de impostos. E diante desse cenário, o consumidor ainda desinformado desta realidade, continua mantendo o mercado aquecido.
Mas uma população bem informada e, sobretudo conscientizada, pode enfim se unir para forçar a redução de preços. Só assim, o mercado automobilístico poderá enfim dar sinais de mudança no que diz respeito ao valor praticado na venda de veículos.